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Um desconhecido dá um tapinha leve na cabeça da criança. Ela está sentada nos primeiros degraus da escada, runners desgastados com marcas de ferrugem. Ela passou um bom tempo brincando de faz de conta do lado de fora do armazém antes de voltar para casa, não esperando encontrar alguém ali. O toque do estranho lhe traz de volta à realidade. Ela se dá conta de que está com fome. Sua bicicleta, encostada contra a parede, espera o momento de lhe levar para um outro lugar distante novamente. “Mãe,” a criança pergunta, depois que o alto homem deixa a casa, “minhas aranhas não gostam de estranhos.” “Em português, Marta,” a mãe responde. Dentro de uma hora, os visitantes devem chegar, um a um, sábados sendo o dia mais movimentado. Apesar da solidão dos encontros, a mulher se orgulha do trabalho. Proporcionar prazer é um dever que ela cumpre com gosto. “Teias de aranha existem para capturar insetos indesejáveis,” a mãe explica, avidamente contando os ganhos do dia.
Poema publicado em inglês em Off the Coast.