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Escrever um poema é como resolver
uma equação matemática cuja solução
inexiste, e está além das relações
entre seus objetos puros e abstratos.
As grandezas que cabem nos números
desta poesia nem sempre quitam
a conta da minha existência:
um produto temporal, sem preço fixo,
incapaz de dar recibo versado apenas
e através da lógica dos números.