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Tempo impresso na pele, a marca
do seu relógio de pulso. O sol
aquece os ponteiros e serena
números, dias.
Seus dedos enfiados na areia
tocam a memória de uma estrela
do mar.
Ele está correndo há quarenta
e cinco minutos, suando
por uma explicação.
A face além não se parece
com nada.
Do fundo do oceano, o fantasma
da esposa lhe olha com feminidade.
Mortos: femininos?
Os turistas do restaurante não sabem do ocorrido.
Só as cinco da tarde se dá conta da falta
do relógio. Sente o vazio no pulso.
Sem vontade, não corre no dia seguinte.
A memória do perfume da esposa é paralisante.
Por anos, ouvirá a arrebentação do mar
e ela bem perto, guardada dentro de si.
Poema publicado em inglês em Ijagun Poetry Journal