Em Dias Peculiares


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O diretor do asilo saluda os residentes com um sorriso,

ouvindo a tristeza como um eco. A música nos corredores

é um concerto desafinado, um toque impróprio

no meio da infelicidade.



O visitante que descobre o segredo do pai na velhice,

e se sente desestabilizado. Resiste continuar as visitas,

e essa resistência é o silêncio que se revela entre os diálogos.



Os delírios do pai incluem amantes do passado, imaginários

ou não, porque o homem não reconhece mais ninguém.

Desiludido, lamenta tê-los abandonado.



O filho, por sua vez, não sabe como lidar com essa homossexualidade

envelhecida, incapaz de amar o homem como outrora, ou mesmo

ser contrário à mãe apenas por capricho.



Eis então, a questão suspensa: como está seu pai hoje? Um respiro,

pausa respiratória em dias tão peculiares.


Poema publicado em inglês em Sassafras.