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A bolsa da mulher tem botões de rosa desabotoados. A sala de espera está lotada. Ele está de pé, procurando por uma saída. É uma mancha ou uma pintura com muitas chaves e apenas um buraco de fechadura?
O terapeuta espera. Seu terno amassado indica que as manhãs são apressadas. “Você tem algo a dizer para sua esposa?” O homem pergunta. “Não estou aqui para confessar,” ele alega.
Enquanto o marido fala sobre o casamento, a esposa percebe como ele se defende com fatos e evidências, ansioso.
Seu telefone tinha mensagens de texto, ela enfatiza, sem conseguir parar de imaginar as mãos de outras sobre ele, suas palavras e falsas promessas, quer se casar comigo?
Eu amo a minha esposa, insiste. A verdade tem muitas camadas, mas ela deseja que tudo seja impresso no cotidiano, ele argumenta, fazendo-a se sentir culpada. Ela quer ser convencida de sua felicidade a todo tempo, ele conclui.
Ao ouvir tudo isso, ela permanece quieta, considerando o seu futuro, e o que aquele final reflete e significa na sua vida – quando ele negará todos os casos extra conjugais e ainda reclamará dos seus silêncios.
Poema publicado em inglês em in Gravel.