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Na estrada, o caminho lhe lembra o corpo de sua mãe
(re-imaginado). Vestido delineado na cintura
e a mão a acariciar sua cabeça
com cuidado.
Na cozinha, ela corta uma maçã no meio
(para acalmar a mente). A fruta cria ecos
de outros frutos, pensando em afligi-la.
O sabor da fruta é doce
quando mastigado,
e cria uma linha
no meio de sua testa.
No ponto de ônibus, ela coleciona números
amarelos impressos na linha 22, e os gritos
que vivem dentro do seu corpo, na intimidade
das coisas que não se deve olhar fixamente
por muito tempo:
morte, sol, e um conto profundamente
imoral.
Um poema é feito de resíduos que não se encaixam
dentro de uma única realidade. Ou seriam múltiplas?
Às vezes eu tenho a impressão de que o outro
e eu estamos separados por centenas de peças
sendo refeitas a cada instante.
Poema publicado em inglês em Gravel.