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Estou começando a ver
que o outro não sou eu.
E a entender, mais ainda,
que no outro resta um demais
de mim.
Me esforço para ir além da imagem,
atravessando o que me escapa
na impressão da sua luz.
Resto de voz que ainda ouço,
apesar de fora, em algum lugar
desenquadrado da sua foto.
Deste ruído, ecoam-se palavras
pausas que se repetem ad infinitum.
Entre ódio e amor, sou um tentar
dar conta dos desencontros,
das arrebentações disformes.
Um lutar para ficar parada,
sentindo o olhar se desfazer.