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Eu sou o resíduo de falta de laço na hierarquia familiar. A falha que restou da deficiência de sociabilidade da família entre si. Ausência de imagens.
Desconhecimento do Brasil.
Aparecimento de uma bolha de sangue no exterior do braço: purismo de raça, excesso de DNA. Não ouço a natureza morta porque ela já está morta, só vivo pelo fascínio do natural.
Mauricio de Nassau chegou na América do Sul imaginando grandes frutos, couve já casando-se com beterraba, na exótica doença do exótico. Sintoma, melhor sintoma.
Doença dos azuis?
Irreal é o fragmento de sol que restou no amarelo. Inverte, inverte tudo.
Amarelo é o resto de sol que restou do real, da linguagem que matou o Brasil, quando evaporou o que nomeou.
Bendito seja Deus quem diga qualquer coisa sobre aquele continente negro.
Por favor, não solta a minha mão, estamos atravessando mares turbulentos.
Oi. Isso não é a minha mão. Mas você disse?
Não, você disse que eu estava segurando a sua mão. Eu não disse que seguro a sua mão.
E eu a pensar que o que causa em mim é este outro que eu desconheço.
Um resto de amarra no amor.
Refletir sobre a miragem do Brasil e descobrir o estouro do DNA no meu braço, bolha de sangue, exagero a umedecer um chão coberto de cacos das imagens.
Éramos fascistas e não sabíamos.
Os sons das palavras extrapolando, ultrapassando minha capacidade auditiva. Os mosaicos soltos no inconsciente, o mito da indiferença dos gêneros, a pureza do sangue umbilical.
O radical desejo é o que morre e ainda assim ama.
Meu corpo está em paz, disjunto em cada pedaço, e ainda sim essencial.
Campo de lavanda lavrando o lar na terra.