Fotografia

Poema de Iacyr Anderson Freitas

Tradução para o inglês por Desirée Jung

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Aqui estás posto
como enfim haverá de ser:
imóvel, morto.

O que o papel revela
as tuas noites pressentiram:
certo desconforto de existir,
um frêmito qualquer nas mãos.

Ah, as mãos sabem trair-te, como
a toda gente.
E os olhos?
– congelados num poente
que se perdeu
do tempo e das cidades,
mas que ilumina agora
a tua fotografia
com a mesma luz
que em sonho percebias.

Essa luz que, no papel,
fica igual a ti
e a todos,
imóvel fantasia.

Poema publicado em The Immense Hour.