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O guarda-chuva está aberto, mas a chuva
não está pronta para cair. Ela se esquiva e
espera, espera até que esteja atrasada
para chegar.
A primavera está próxima e me sinto tímida de sol.
Me ajoelho perto de um canteiro de flores
e a calçada seca esfria minhas mãos.
Fico pensando nas abelhas, nos botões e
nos guarda-chuvas, tudo junto num só pensamento.
A memória das flores bate contra meu rosto
numa rajada de tempestade de inverno.
Passo as imagens e meu cérebro é golpeado
pela possibilidade de amar coexistir o pensar.
Imagens vêm, vão e lentamente me mudam
como a primavera abrindo seus botões.
Uma dançarina cuidadosa. Tenho tempo
para pensar nas flores e nas bailarinas,
tempo para tocar o solo nu e infértil.
De alguma forma sei que a terra me entrega tempo,
porque está se preparando, não é tímida de novos botões.
Me levanto do chão aliviada por saber o quanto não sei,
e quanto isso é o que, de alguma forma, a flor sabe.
E novamente é o guarda-chuva, a abelha e a flor
no meu cérebro, todos junto num só pensar.
Poema vencedor do concurso Mandala Books publicado em inglês em The Science Creative Quaterly.