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Do tempo de bebê enrugado que fui – sugando o peito de uma jovem mulher – resta em mim um incontável abrir e fechar de pupilas ávidas por luz.
Desde então, sinto-me cega de irradiações solares. Em espectros, o espelho desperta rugas (olhos de minha mãe) em mim.
Essa visão é impactante e reposiciona narrativas. Me esforço para reescrever a ausência: um entre ser próprio de luz e sombra.
De olhos fechados, sou imaterial. Minhas mãos são letradas e insistem em reescrever a história de um sexo preso entre as pernas, num orgástico desejo de pertencimento.
De olhos abertos, dou as costas para o destino e remo (para trás) porque não há outra maneira. Neste constante deslizar sobre o que passa – lógica do barco – sou quase toda água (página outrora branca) e tempo à deriva.
Seleção Oficial do #45 South Film and Arts Academy Festival e vencedor na categoria Melhor Curta Erótico.
Video poema publicado em inglês na revista literária The South Shore Review.